HISTORIA DO POVO RIKBAKTSA
1.1 QUEM
SOMOS
A palavra Rikbaktsa significa Gente
Guerreira.
Nós Rikbaktsa, nos encontramos
estabelecidos na região Noroeste de Mato Grosso. Nosso povo tem sofrido ao
longo da história muitos danos causados pelas invasões socioculturais,
violências e perdas significativas de território.
Antigamente,
usávamos somente a canoa de casca da madeira cajueiro, servia para a travessia
de rios, transporte, caça e pesca.
Após o contato com os não-índios, por
nome seringueiros, que trabalhavam na extração da borracha nativa, ao avistarem
os Rikbaktsa atravessando o rio de canoa, resolveram chamar o povo de canoeiro.
Antes
do contato com o missionário Jesuíta Padre João Evangelista Donstauder, na
década de 40, nós Rikbaktsa, éramos aproximadamente 5000 pessoas.
Percorríamos as longas distâncias
pelos rios: Aripuanã, Arinos, Sangue, Juruena e Papagaio. E também caminhávamos
a pé pelas trilhas até a altura das cabeceiras dos córregos.
Na década de 50 começou o conflito com
os colonizadores que habitavam as margens dos rios, que eram os seringueiros.
Com isso, chegaram as consequências de algumas doenças trazidas por eles, pois
iam à cidade e quando retornavam traziam doenças como: gripe, catapora,
sarampo, tuberculose e malária causando epidemias violentas, dizimando o nosso
povo para 200 pessoas.
Nessa época, algumas crianças
Rikbaktsa perderam os pais e foram levadas para o internato de Utiariti onde
foram obrigados a conviver entre várias etnias e seguir a cultura dos brancos.
Atualmente,
nós Rikbaktsa vivemos em três áreas indígenas demarcadas e homologadas ao longo
do rio Juruena, afluente do rio Tapajós, ao Noroeste do Estado de Mato Grosso.
A primeira área a ser reconhecida
demarcada e homologada foi a Erikpatsa, com decreto de nº 398, de 24 de
dezembro de 1991, entre os rios do Sangue e Juruena. E a segunda área foi a do
Japuíra, com decreto de nº 386, de 24 de dezembro 1991, localiza-se entre os
rios Arinos e Juruena. A terceira e última área é a Escondido com decreto de nº
0-001 de 08 de setembro de 1998, e encontra-se à margem esquerda do baixo
Juruena.
Hoje
encontra-se uma população de aproximadamente 1500 pessoas. O povo Rikbaktsa
mantém uma política de preservação do meio ambiente, e não pratica a venda de
madeira e o desmatamento desnecessário.
(Autor desconhecido)
4 - HISTÓRIA DA ESCOLA
Antes do contato, não existia escola
de alfabetização para o povo RIKBAKTSA.No centro da aldeia tinha uma casa que
se chamava MYKYRY, onde os meninos e os rapazes aprendiam a educação
tradicional com o pai e os anciões de aldeia.
Após o contato com os não índiosa maioria
das crianças Rikbaktsa que tiveram seus pais mortos por doenças ou nadefesa do
nosso território foram levadas para o internato de Utiariti por missionários
jesuítas.Passando o tempo as coisas tornaram-se difíceis e o internato fechou
por falta de recursos e os Rikbaktsa voltaram para seu povo na área indígena.
Na década de 60 foi fundada a escola Santo Inácio na aldeia Barranco Vermelho,
sendo seu primeiro professor o missionário jesuíta irmão Afonso.
Hoje são 08 escolas sendo que o Ensino
Fundamentalé mantido pelo município de Brasnorte e o Ensino Médio mantido pelo
Estado,distribuídas nas aldeias Barranco Vermelho, Primavera, Curva, Segunda,
Beira Rio, Nova e Pedra Bonita nessas mesmas aldeias estão também as turmas
anexa da escola estadual MYHYINYMYKYTA
SKIRIPI. A partir de 2015 essa escola passou a ser atendida pela Assessoria
Pedagógica de Juina, por ser condizente com a realidade que esta inserida.
Em 24/04/2007 pelo decreto nº 198 foi
Criada a Escola Estadual “MyhyinymykytaSkiripi”,
com sedena Aldeia Barranco Vermelho, no Município de Brasnorte/MT. Hoje
a escola atende 18 turmas distribuídas em 8 aldeias atendendo as modalidade de
Ensino Médio regular, ensino médio integrado de EDUCAÇÃO profissionalizante
(EMIEP), com um total de 142 alunos,
sendo que desse total de turma só 4 funcionam na sede, Aldeia Barranco Vermelho
sendo três turmas de ensino médio regular, e uma do ensino médio integrado de
EDUCAÇÃO profissionalizante (EMIEP) com
23 alunos as outras 14 Turmas são salas anexas, pertencente a Escola Estadual Indígena de Educação Básica
“MyhyinymykytaSkiripi distribuídos em sete aldeias cada um com sua distâncias
de quilometragem. Diante disso expomos as distâncias que temos que
percorrer:
Brasnorte
x Aldeia Barranco Vermelho 130 km. (sede)
Juinax Barranco Vermelho 90 km.
Barranco
Vermelho x Aldeia Primavera 12 km.
Barranco
Vermelho x Aldeia Curva 15 km.
Barranco
Vermelho x Aldeia Segunda 19 km.
Barranco
Vermelho x Aldeia Beira Rio 23 km.
Barranco
Vermelho x Aldeia Nova 48 km.
Barranco
Vermelho x Aldeia Pedra Bonita 54 km.
Barranco
Vermelho x Aldeia Escolinha 18 km.( Fica no outro lado da área no rio do
Sangue).
POR
QUE A ESCOLA É NECESSARIA PARA O POVO?
5.1 CONCEPÇÕES E
PRINCÍPIOS DO TRABALHO PEDAGÓGICO PARA O POVO RIKBAKTSA
A Escola Estadual Indígena
MyhyinymykyaSkiripi, preserva as características tradicionais no trabalho
pedagógico, dando ênfase à cultura do povo Rikbaktsa como pinturas corporais,
danças, rituais, e sobre tudo à educação tradicional repassada de pais para
filhos. Fomenta também a formação de lideranças instruídas e conhecedoras dos
saberes não indígenas sistematizados. A preparação para o mercado de trabalho
também é função da escola, porém, sob o olhar Rikbaktsa, cada indivíduo depois
de formado, tem o dever com seu povo de investir o conhecimento dentro das
aldeias para a melhoria da vida das comunidades. Ajudar na defesa da área,
inclusive no que se refere a preservação dos recursos naturais, fortalecer a
organização social, preservação e fortalecimento dos costumes tradicionais,
conhecer o mundo fora da aldeia “não indígena”, como forma de reconhecimento
dos seus direitos legais, bem como capacitá-los a interpretar os vários
documentos e legislações pertinentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário